12/10/2013

Museu do tropeirismo gaúcho. A semente está plantada



Nada melhor do que isso para levantar a questão do tropeirismo no Rio Grande do Sul. A iniciativa de realizar essa exposição partiu dos três alunos do curso de museologia, Guilherme Felipe Silva, Diogo Neumann, e Ronaldo Milanez. Nós resovemos tratar desse assunto, pois era algo que poderia ser encaixado com as festividades da semana farroupilha. Para explicar um pouco mais, tenho que aprofundar no que é a semana farroupilha.
            Esse é um tipo de festividade que ocorre aqui no Rio Grande do Sul, com o propósito de exaltar e relembrar os feitos históricos dos guerrilheiros que lutaram na guerra de farrapos. Esse período conta com o pessoal que se interessa por essa parte da historia. O interessante é ver os gaúchos saindo de casa com roupas típicas que são chamadas de PILCHA GAÚCHA, algo que é diferente do resto da cultura do Brasil. O 20 de setembro é comemorado pelo estado todo, sendo um dos feriados estaduais.


            A primeira impressão de onde acorrem as festividades era um foco de incêndio em Porto Alegre. Mas depois que entrei no Parque Harmonia me deparei com vários “Piquetes”, espécie de casas feitas de madeira, onde geralmente servem carne e recebem seus convidados. Foi em um desses piquetes que realizamos a exposição.
            Demoramos cerca de dois meses desde o momento da idealização até o fim do evento para coletarmos recursos, reunirmos as peças, organizar a exposição, a pesquisa em cima dos objetos, e diversas parcerias as quais nos possibilitaram realizar esse trabalho.



            A exposição foi realizada com a intenção de exaltar os tropeiros gaúchos, fazendo uso de memórias de descendentes desses pioneiros, colocando em foco os objetos utilizados nessas grandes empreitadas. A exposição contou com a palestra de um perito nessa área, e também com a visitação de várias escolas do ensino fundamental. Ainda para finalizar com chave de ouro, o nosso trabalho contou com a presença dos alunos do segundo semestre de museologia do ano de 2013. Foi realizado uma aula a qual a professora Zita Rosane Possamai nos agraciou com sua presença.



            Nessa aula a professora abordou o texto de Luís Augusto Farinatti: ''Os gaúchos e os outros'', discutindo sobre como pode ser criada uma identidade para um determinado grupo e a razão do estado querer realizar isso.
            Discorrendo sobre a temática, a criação dessa identidade é por um lado uma forma de fazer com que esse determinado grupo possua algo que possa representa-los e sobrepor sua cultura sobre as outras. A professora, aproveitando uma das fotos na exposição pegou justamente a de um homem montado a cavalo e contra a luz do sol, dessa forma não se podia ver seu rosto, determinar cor de pele entre outras características. Mas, perguntando para os alunos, o paradigma foi alcançado, pois quase todos chegaram à conclusão de que imaginavam o “gaúcho montando” como se fosse o mesmo personagem, tendo quase que as mesmas características.


             Isso era a unidade que a professora queria chegar, e a essa idealização de cultura, costumes e tradições. Isso é o que geralmente une uma nação, fazendo com que a população sinta conforto ou ale disso, consiga impor seus costume sobre um outro povo. Essas diferenças possuem na cultura um foco especial, como uma forma de mostrar que essa cultura é diferente das demais e consequentemente melhor que as outras.
            

02/10/2013

Museólogo e Não-Museólogo Qual é o melhor gestor de museu?


Resumo




SILVA, Júlia Algustoni. GESTORES MUSEOLÓGICOS E GESTORES NÃO-MUSEOLÓGICOS: uma análise para além da paixão em museus. Porto Alegre, UFRGS, 2012, 72 p.

Esta pesquisa tem o intuito de analisar a gestão de museus no panorama geral do país com foco no Rio Grande do Sul. Aponta como os gestores de museus do Rio Grande do Sul estão exercendo esta atividade na contemporaneidade. Procura saber se entre museólogos e não museólogos há um mais capacitado para a gestão de museus ou se o bom trabalho nessas instituições ocorre independente da formação do gestor. Tenta traçar um perfil do modo de gestão de museus da atualidade a partir de literaturas específicas e entrevistas com diretores. Procura as exigências mínimas para a atuação nessa área. Analisa a atuação dos museólogos em quatro instituições museológicas. Aborda também a necessidade de enfoque do curso de museologia na área administrativa, a qual tem sido pouco contemplada atualmente. A pesquisa ainda ressalta que atualmente são 14 cursos de museologia no Brasil, dentre as disciplinas ministradas nesse curso são apenas 12 que possuem “gestão” em seu nome, e 18 relacionados com o tema. Isso é apontado por dados retirados do site do IBRAM em 2009. Em outro aspecto, os pilares e métodos de obtenção das informações para a realização do trabalho foram embasados em quatro tópicos: Gestão de Museus e Gestores, Museologia e Gestão, Sua Gestão e Fatores externos. Partindo desses pilares, a autora realiza uma pesquisa qualitativa com quatro indivíduos, os quais foram ou são gestores de museus situados no estado do Rio Grande do Sul. Através de entrevistas ou correspondência, eles trocaram informações, responderam um questionário baseado em um roteiro que segue os quatro pilares já mencionados aqui. Logo pode-se notar no trabalho que a área desse profissional é ampla e depende de sua boa vontade e determinação para que desempenhe seu papel na instituição corretamente. Os entrevistados intitulados como não museólogos concluem que é de fundamental importância que o museólogo exerça esse papel, pois é o mais preparado. Por outro lado, os museólogos já vão além, enfatizando que se deve ter um profissional da área de administração auxiliando nas tomadas de decisões. Concluindo, os estudos realizados nessa área devem privilegiar a administração com enfoque nos museus. Muitos dos problemas enfrentados nas instituições são a falta de recursos que impede a execução de projetos idealizados pelos gestores e também a falta da mão de obra especializada, fazendo com que o gestor supere as adversidades. Enfatiza ainda que o curso no estado ainda é muito novo, mas que a gestão de museus deve ser trabalhada no currículo do aluno. Ressalta também que pelo caráter multidisciplinar do curso de grande ênfase dos entrevistados na necessidade de se ter um profissional da área de administrativa no grupo de gestão do museu. Logo, o autor não afirma qual gestor seria o mais indicado para o cargo, sendo que as duas partes são necessárias e podem contribuir na gestão do museu.




Palavras-chave: Museologia, Gestão, Gestão de Museus. Gestores.